O discurso bioético relativo às experiências comuns dos idosos tem mostrado a tendência de restringir-se aos temas conflitivos que se originam da atenção de longo prazo.
O primeiro valor apresentado é o da autonomia, entendida como autogoverno, e o método de análise geralmente é baseado em princípios e regras. Mudanças importantes nos cuidados à longo prazo produziram-se como resultado desses esforços, mas muitos aspectos de importância ética não foram contemplados, limitados pelo modelo do discurso e de como foram definidos e apresentados os problemas. Este artigo explora uma abordagem mais densa da Ética, precisamente aquela que da atenção ao contexto e características particulares do idoso. Apontam-se situações frequentemente inóspitas nas quais se identificam características fundamentais de nossas vidas morais e o alcance relacional das mesmas. Usando uma linguagem familiar para os que trabalham com idosos, particularmente em clínicas, a presente reflexão faz sugestões sobre novos caminhos para melhor situar a temática bioética e a atenção à longo prazo. Pretende-se, ainda, desafiar o domínio de valores existentes, abrindo novos espaços para a ação ética. Ao introduzir cultura, personificação e subjetividade do ancião busca-se afastar da bioética do cuidado à longo prazo e aproximar- se do conceito de ética e pessoa idosa.